Toda história tem um começo, essa é como eu conheci o herói. Trabalhava numa empresa em Vitória (ES) que produzia software. Valhe a observação que ambos eu e o herói somos do mesmo ramo, trabalhamos como desenvolvedores de software e somos informatas (no bom sentido da palavra). Voltando... nessa empresa eu e o nosso herói trabalhávamos em departamentos diferentes.
Nessa empresa, entre meus conhecidos, foi semanalmente instituído um ritual de almoço conhecido como “Ir ao grego”. O “grego” era um restaurante que se localizava na sede da comunidade helênica em Vitória, tinha umas das melhores picanhas que eu já comi (preparado com carinho pela matriarca da família que controlava o restaurante) e além disso era localizado a margem de um rio que estava muito perto do mar. Infelizmente o restaurante fechou, o que deixa o privilégio de comer nele algo que apenas alguns experimentaram. De qualquer forma, nós íamos almoçar nesse restaurante quase toda semana, e “o lance” era que a picanha vinha em duas porções: 500g ou 700g – devidamente acompanhada de arroz, farofa e salada. Normalmente o que acontecia é que as pessoas (em dupla ou trio) escolhiam uma dessas medidas, para que fosse acertado exatamente o que cada um tinha direito, de maneira que não precisava ser dito ou ser proferida a lista de regras que reinavam o ritual de se comer no grego. Cada um comia a “sua” picanha.
Normalmente eu ia acompanhado de um amigo meu que deveria ter nascido na época do velho oeste, no velho oeste. Bom, ele é uma pessoa prática que gosta das coisas bem resolvidas, e que se fosse possível ele resolver tudo com duelo, ele resolveria. Ele tem duas coisas sagradas: sua comida e sua coca-cola. Eu sempre pedia a picanha com ele, e sendo ele um troglodita e eu um faminto, 700g para dividir. Mas aquela era a “nossa” picanha.
Pois bem, estamos comendo a nossa picanha e não sei porque o “rouba-bife” tinha ido naquele dia, estava sentado ao nosso lado. Ao terminar nossa primeira rodada, e ele todos os bifes de picanha que ele tinha pedido... ele, sem cerimonia nenhuma, esticou o garfo na nossa frente (a picanha da dupla ficava entra a dupla, devidamente protegida), e afanou um de nossos bifes. O meu amigo, que tem o estopim muito pequeno me olhou com o olhar de que ia matar o “rouba-bife” naquele instante. Eu vi uma daquelas cenas de filme em câmera lenta... meu amigo levantando virando a mesa e levando seu punho de encontro ao rosto do “rouba-bife”, agressivamente. Eu só disse: calma... calma... o cara não fez de propósito. Meu amigo, pensou, pensou, pensou... e deixou para lá... Tudo bem que ele me fala dessa história sempre que o “rouba-bife” é assunto de alguma coisa. Logo depois do acontecido, eu perguntei para o colega que estava do meu lado, a dupla do “rouba-bife” qual era o nome daquele sujeito que tinha afanado meu bife, no que ele respondeu rindo: Ronaldo Roberto. Assim tem início a lenda de Ronaldo Roberto!
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
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